Índice
ü Fundaçãoa
da FNLA
ü Fundação do MPLA
ü Fundação da UNITA
ü Conclusão
Fundaçãoa
da FNLA
No nascimento de Álvaro Holden Roberto, Angola encontrava-se, administrativamente, dividida em seis distritos nomeadamente: Luanda, Congo, Benguela, Lunda, Moçamedes, e Huíla. Alguns meses depois foi incluído o distrito do Quanza.
Com um ano de idade acompanhou os pais no exílio, ao Congo Belga para aonde se refugiaram milhares de angolanos, devido da opressão colonial portuguesa. Em Thysville, Kinsangani/Congo Belga, Holden Roberto fez os estudos primários e secundários, regressando para Angola em 1934. Continuou os seus estudos na “British Missionary Society” e depois em Leopolde Ville (…)
Em 1956, Holden Roberto se dedicou exclusivamente da política que se desenrolou paralelamente à luta de libertação de Angola e do Congo-Belga (RDC) do jugo colonial belgo-português. Militante activo da UPA desde a sua fundação em 1954, pelos nacionalistas angolanos Eduardo Pinnock, Francisco Borralho Lulendo, Barros Nekaka (tio de Holden), Lucas da Costa e Garcia Roberto.
Na altura, o futuro
presidente da UPA-FNLA desenvolveu em Leopoldeville-Kinhsasa, uma actividade
política intensa e perigosa, porque era estrangeiro, em estreita colaboração
com os nacionalistas congoleses do MNC, ABAKO e outros partidos.
Foi nessa altura que no chamado «Círculo dos Evoluídos» de Stanley Ville que Holden Roberto conheceu Patrice Lumumba, a quem ligou laços de amizade e de trabalho comum na libertação dos povos angolano e congolês. Entendimento que os levou, em 1958, em ACCRA, a fazerem um solene juramento de que o primeiro que ascendesse à independência ajudaria o outro a libertar-se do jugo colonialista europeu.
Em 1958, com o fundo obtido por subscrição entre os militantes da UPA, Holden Roberto segue para Accra-Gana para participar na Iª Conferência Africana…, onde matriculou-se no Instituto Superior de Ciências Políticas e partindo depois para os Estados Unidos da América (EUA), tanto para advogar a causa dos angolanos nas Nações Unidas – Holden foi o primeiro angolano a falar de Angola nas ONU – e para completar os seus estudos superiores de política e economia.
Em 1960, em Accra-Ghana, Holden Roberto é eleito por aclamação presidente da UPA, trabalhando como conselheiro particular de Kwame Nkrumah e com George Padmore no Departamento de Negócios Africanos.
Na década de 60, Holden Roberto e a UPA desencadearam a luta de guerrilha para insistir na negociação com o governo Português, supondo-se não haver alternativa com-o-ditador-Salazar.
Os argelinos Boumendiel, Dr. Frantz Fanon e Mustaphai, todos amigos de Holden, em 1960, na Iª Conferência dos Povos Africanos, foi aprovada a luta armada e seguem para Argel muitos militantes da UPA para treino militar.
Em 1961, o massacre de 04 de Janeiro na Baixa de Kassange (Malange), a UPA realizou a 1ª revolta de preparação do início da luta armada para a libertação de Angola, seguida pela segunda revolta em 04 de Fevereiro, em Luanda (…). A UPA nessa altura era o único movimento de libertação que existia, surgida dos ideais da UPNA (fundada em 7 de Julho de 1954, em Matadi-Congo-Belga actual RDC) e da UPA.
No território angolano, a UPA, teve a sua primeira célula no Lobito, província de Benguela, permitindo a fuga dos nacionalistas angolanos para o ex-Zaire. Foi a UPA-FNLA que em 15 de Março de 1961, deu início real e vitorioso da luta armada para a independência nacional de Angola, alcançada em 11 de Novembro de 1975, data inicialmente proposta por Holden,
Holden foi o primeiro líder a proclamar a independência de Angola, às zero horas do dia 11, na cidade portuária de Ambriz, província de Bengo, seguido por António Agostinho Neto (em Luanda) e Jonas Malheiro Savimbi (no Huambo).
FNLA foi o único movimento de libertação que nos Acordos de Alvor (em Portugal) decorrido à 15 de Janeiro de 1975, apresentou perante os portugueses e a comunidade internacional, prisioneiros de guerra como fundamento e justificação de ser na verdade, a força que lutou e derrotou verdadeiramente os portugueses através do Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA), braço armado da FNLA, facto que não aconteceu com o MPLA e a UNITA que também são co-signatários dos Acordos de Alvor, violados pelo MPLA por ganância de poder.
O irmão Holden Roberto dirigiu a FNLA com grande determinação e ânimo inquembrantável, considerado figura cimeira na luta de emancipação do continente africano. Falava brilhantemente português, francês, inglês, kikongo, kimbundu, umbundu e outras línguas angolanas. Foi tambem Comandante em Chefe do ELNA.
A democracia e a boa governação já eram linguagem falada pela FNLA ao longo da sua Luta. Em Angola, as primeiras eleições gerais, previstas nos termos dos Acordos de Alvor, violados pelo MPLA, teriam lugar em Outubro de 1975, um mês antes da proclamação da independência.
O Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), no qual o irmão Jonas Malheiro Savimbi foi ministro dos Negócios Estrangeiros, tinha um projecto de sociedade que é ainda esperança dos angolanos. Foi o primeiro governo que Angola teve, seguido o Governo de Transição, surgido nos termos dos Acordos de Alvor.
Ngola Kabangu um dos co-signatários dos acordos de Alvor, ao lado de Holden Roberto, arquitectos da independência de Angola, é o presidente legítimo da FNLA, eleito num congresso estatutário previamente preparado pelo irmão Holden Roberto, lutador incansável da causa dos angolanos.
Holden Roberto em várias ocasiões dizia: o Zaire acolheu e albergou cerca de um milhão de refugiados angolanos, partilhou as suas escolas, os seus hospitais, com os seus irmãos e vizinhos angolanos, deu a FNLA bases para treinar o seu exército, o ELNA. Por isso, Menção Especial a República do Zaire/Congo-RDC porque sem este país a luta armada de libertação seria difícil, até mesmo impossível, tal como Frantz Fanon tinha predito.
A UPA-FNLA foi também a primeira organização política angolana a ser reconhecida pela ONU e ter representação universal na pessoa do representante e primeiro angolano na ONU, o irmão Carlos Gonçalves Kambandu, militante incansável da UPA-FNLA, ainda vivo, e da mesma forma que a FNLA foi o primeiro movimento de libertação de Angola a ser reconhecida pela Organização da Unidade Africana, que a própria FNLA co-fundou em 25 de Maio de 1963, na pessoa de Holden Roberto. Feitos e qualidades históricas que nenhum outro partido político angolano nem líder tem.
Guerra Anti-Colonial
A UPA, enraizada principalmente entre os Bakongo mas
com aderentes também entre os Ambundu e
os Ovimbundu,
foi o primeiro movimento anti-colonial a desenvolver actividades de envergadura
em Angola. Iniciou a sua luta armada na região do norte de Angola em 15 de março de 1961, nomeadamente
no concelho do Uíge, estendendo-se mais tarde para o sul, até à actual
província do Bengo.
Ela
teve como retaguarda de luta o ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, a seu tempo liderada pelo falecido General Mobutu Sese Seko que - no quadro da sua política regional -
manteve boas relações com o líder da UPA/FNLA, Holden
Roberto.
Este apoio possibilitou a
constituição em Léopoldville (hoje Kinshasa),
imediatamente depois da formação da FNLA, do GRAE (Governo Revolucionário Angolano no Exílio), cujos vice-presidentes eram de
proveniência Ambundu, e cujo secretário geral era Jonas Savimbi, Ocimbundu e
posteriormente fundador da UNITA.
O
braço armado do GRAE era o ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola)
cujos comandantes provinham de várias partes de Angola, inclusive de Cabinda. Nem o MPLA nem a FLEC quiseram
participar do GRAE, o que viria a ser decisivo para a complexa e contraditória
configuração da luta anti-colonial em Angola.
A
luta armada desenvolvida pela FNLA contra a potência colonial teve fortes
limitações. A pesar dos apoios por parte de Mobutu, mas também durante algum
tempo da parte da China e da Roménia, o ELNA não conseguiu resistir ao contra-ataque
militar português. Não teve a capacidade de manter o controle sobre qualquer
parcela do território angolano, no Nordeste do país, embora tivesse marcado um
mínimo de presença, sob a forma de actividades de guerrilha. Uma tentativa de
abrir uma segunda frente no leste de Angola, não foi para além da constituição
de um pequeno núcleo de guerrilha, ao Norte de Luena, cujas
actividades foram mais simbólicas.
O conflito em torno da
descolonização
Quando
a Revolução dos Cravos, realizado em Portugal em 25 de
Abril de 1974, levou este país a declarar a sua intenção de apoiar activamente
o acesso das suas então colónias à independência, os três movimentos
nacionalistas, no início cada um por si, lançaram quase de imediato tentativas
de assegurar-se o controlo do país por meios militares. Dados os seus efectivos
bem treinados e equipados, o FLNA parecia ter uma vantagem evidente nesta
contenda.
Penetrando em Angola pelo Nordeste, avançou
com alguma facilidade até ao Norte de Luanda onde viu a seu caminho barrado na batalha
de Kifangondo,
por forças do MPLA apoiadas por um forte contingente de tropas cubanas.
Abandonando o seu plano de chegar até Luanda, o FLNA despachou várias das suas
unidades para o centro e o sul de Angola onde acabaram por concluir uma aliança
com a UNITA.
No
dia 11 de Novembro de 1975, enquanto o MPLA declarava em Luanda a independência
do país, FNLA e UNITA fizeram o mesmo no Huambo onde constituíram um "contra-governo"
que teve o apoio do então regime sul-africano do apartheid e dos EUA. Face à
superioridade militar das forças cubanas e do MPLA, apoiadas pela União
Soviética, a aliança FNLA & UNITA desfez-se no entanto rapidamente.
Período pós-colonial
Durante a primeira fase pós-colonial, a FNLA quase desapareceu da cena.
Uma vez que o MPLA tinha instalado um regime monopartidário que, a partir de
1977, professava o marxismo-leninismo, outros movimentos ou partidos - portanto
também a FNLA - não podiam, durante este período, ter uma existência legal em
Angola.
Por outro lado, e ao contrário da UNITA, a
participação da FNLA na Guerra Civil foi muito fraca e acabou por deixar de
existir. O movimento entrou numa fase de degenerescência, cujo indicador
porventura mais forte foi o facto de Holden Roberto passar a residir em Paris
durante muitos anos. Outro outro indicador forte foi a passagem para o lado do
MPLA de alguns dos seus dirigentes, como Johnny Eduardo Pinock Eduardo e
Henrique Vaal Neto que chegaram a fazer parte de um Governo de Reconciliação
Nacional.
Quando,
no fim dos anos 1980, o governo do MPLA anunciou a passagem de Angola para um
sistema de democracia multipartidária, marcando primeiras eleições para 1992, a
FNLA constituiu-se em partido político. Porém, os resultados do escrutínio
foram-lhe extremamente desfavoráveis: nas eleições legislativas obteve 2.40%, e
nas eleições presidenciais Holden Roberto obteve 2.11%.
Estes
resultados reflectem a radical perda de credibilidade da FNLA mesmo entre os
Bakongo onde, por sinal, se constituíram vários outros partidos que concorreram
às eleições sem sucesso, diminuindo ainda mais o eleitorado da FNLA.
O conjunto destes desenvolvimentos levou à divisão do
partido em duas alas, sendo um delas liderada pelo sociólogo Lucas Ngonda, professor da Universidade Agostinho
Neto.
A aproximação das segundas eleições legislativas em Angola, em 2008 levou a que
as duas alas negociassem o reencontro que no entanto não se realizou, tendo
Holden Roberto falecido em 2007.
Nas
eleições de 2008 a FNLA obteve ainda menos votos do que em 1992, ficando-se
pelos 1.11% e deixando de ser um actor político relevante. Entretanto, a
liderança do partido continua a ser disputada ente Lucas Ngonda e um dos
líderes históricos da FNLA, Ngola Kabango. Nas eleições de 2012, a percentagem do votos foi sensivelmente a mesma, mas o partido perdeu
mais um deputado, ficando reduzido a apenas 2 representantes na Assembleia
Nacional.
Fundação do MPLA
A OMA é a maior Organização Politica do MPLA que trabalha na
mobilização, sensibilização e educação das mulheres desde os primórdios da luta
de libertação nacional. Foi fundada em 1962 na Republica Democrática do Congo
por um grupo de mulheres angolanas que se encontravam neste país onde o MPLA,
na altura movimento que lutava pela Independência de Angola tinha a sua
Direcção.
Durante este tempo a OMA mobilizou as mulheres para a participação em
todas as tarefas da revolução desde a alfabetização a prestação de apoio social
aos guerrilheiros e participando também nos combates. As cinco heroínas
angolanas, Deolinda Rodrigues, Lucrécia Paim, Engrácia dos Santos, Irene Cohen,
Teresa Afonso e outras anónimas personificam a luta das mulheres angolanas.
OMA no domínio político, económico, social e cultural circunscrevem-se em acções como educação para a cidadania, educação para a saúde, combate a pobreza, analfabetismo, violência, solidariedade, apoio social e jurídico prestado às famílias vítimas de violência. A sua maturidade e o prestígio alcançado durante estes anos fez com que ela assumisse vários cargos em organizações internacionais.
Crescimento da Organização
Sendo actualmente a maior Organização social do país, com mais de dois milhões e quinhentos mil membros enquadrados em mais de 49 mil secções no interior e exterior do país, a OMA cresceu desde o último congresso realizado em 2005 em que se reflecte na adesão de mulheres provenientes de todas as classe sociais, idades, profissões e religiões, que se evidenciaram em verdadeiras mobilizadoras nas eleições legislativas de 2008, em que o nosso partido saiu amplamente vitorioso. Hoje os membros da OMA representam 51% do total de militantes do MPLA.
Dirigentes da
Organização
Mariana Anapaz “ Manana”
Presidente da OMA,1962-1964
Presidente da OMA,1962-1964
Catarina Garcia Bernardes de Jesus “ Zinha de
Jesus”
Presidente da OMA, 1964-1965
Presidente da OMA, 1964-1965
Lucília Evelize do Sacramento Neto “Zizi”
Presidente da OMA 1965-1966
Presidente da OMA 1965-1966
Luísa Mateus Pereira Ingês
Coordenadora Nacional 1974-1977
Coordenadora Nacional 1974-1977
Maria Martins Carlos
Coordenadora Nacional da OMA1969-1972 e 1977-1978
Coordenadora Nacional da OMA1969-1972 e 1977-1978
Maria Ruth Neto
Coordenadora Nacional e Secretária Geral da
OMA,1972-1974 e 1976-1999
Coordenadora Nacional e Secretária Geral da
OMA,1972-1974 e 1976-1999
O
partido da verdade, da liberdade e do povo
Em 10 de Dezembro de 1956, um grupo de patriotas angolanos deu a
conhecer o Manifesto do amplo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA),
apelando para a constituição, em todo o país, de muitas organizações
independentes entre si, de modo a poderem resistir melhor e iludir a vigilância
das forças coloniais de repressão ocupantes. Esta é a data oficial da sua
fundação.
Nessa linha de actuação, já se haviam criado o PLUAA – Partido de Luta
Unida dos Africanos de Angola, o MIA (Movimento para a Independência de
Angola), o MINA (Movimento pela Independência Nacional de Angola) e o PCA
(embrião do efémero Partido Comunista de Angola), que, fundidos, deram origem
ao MPLA, que, rapidamente, galvanizou o povo para a luta contra o Colonialismo,
transformando-se no instrumento decisivo para a satisfação das aspirações de
independência, de paz e de progresso social.
Com a proclamação da Independência Nacional, pelo MPLA, na voz do
saudoso Presidente Agostinho Neto, em 11 de Novembro de 1975, foi posto fim ao
colonialismo português. Iniciara-se, então, o processo de reconstrução do país
para a satisfação dos interesses e necessidades básicas do povo angolano. Esse
esforço foi condicionado pela guerra, que assolara o país, imposta a partir de
dentro e de fora.
Apesar da guerra, o povo angolano, liderado pelo
MPLA, defendeu a independência e a soberania nacional, a integridade e a
indivisibilidade do solo pátrio.
As mudanças operadas no Mundo, particularmente na década de 1980,
encontraram o MPLA, já sob a liderança do Camarada Presidente José Eduardo dos
Santos, a dirigir um processo de profundas alterações políticas, económicas e
sociais, que marcaram, sobremaneira, o desenvolvimento do Sistema Político
Angolano.
Com efeito, desde 1983, o MPLA iniciara um diagnóstico profundo à
organização económica e social de Angola e identificou as bases essenciais em
que se deveriam assentar as reformas nesse domínio, nomeadamente as
estabelecidas no Programa de Saneamento Económico e Financeiro (SEF), tendo-as
aprovado na sua 1ª Conferência Nacional, realizada de 14 a 19 de Janeiro de
1985, em Luanda.
O 2º Congresso do MPLA, realizado em Dezembro de 1985, em Luanda,
adoptou as grandes linhas de orientação, que imprimiram reformas sensíveis nos
métodos e nas formas de direcção da economia e abriram caminho à consagração do
Multipartidarismo, o que veio a efectivar-se em Março de 1991.
Entretanto, a dimensão, o alcance e as perspectivas das reformas
empreendidas pelo MPLA encontraram sérios obstáculos, por causa da guerra
pós-eleitoral (Setembro de 1992/Abril de 2002), que atingiu índices de
destruição sem precedentes na história de Angola.
A mais este grande obstáculo, o MPLA reagiu, traçando, no seu 4º
Congresso (Luanda, 05 a 10 de Dezembro de 1998), a Estratégia Global para a
Saída da Crise Político-Militar e Económico-Social, culminando com o alcance da PAZ DEFINITIVA, a
quatro de Abril de 2002, um bem maior à disposição de cada um dos filhos de
Angola, que têm o dever sagrado de preservá-lo, para sempre.
Terminada a guerra, o MPLA está empenhado na construção de uma sociedade
abrangente, que enalteça o orgulho nacional e a auto-estima dos angolanos, que
transforme Angola num país próspero, em que seja erradicada a fome e a miséria,
com uma governação eficiente e um Estado forte, democrático e moderno, com um
elevado nível de desenvolvimento científico e técnico-cultural, proporcionando
ao povo angolano os mais altos padrões de vida e de bem-estar social.
O MPLA pugna por uma cooperação activa e dinâmica com a Comunidade
Internacional, com o sector privado e o mundo académico, para implementar
formas eficazes e inovadoras de transferência de tecnologia e “know-how”, que
acelerem o crescimento e a produtividade nos países em desenvolvimento, como
factores de paz, de estabilidade e de modernidade, para que o povo sinta, na
prática, os seus efeitos e aplique esses conhecimentos em seu próprio
benefício.
Luanda - Ao mesmo tempo que surgiam
os movimentos do Norte de Angola, constituíram-se em Luanda várias organizações
políticas clandestinas, de forma geral por iniciativa de angolanos que tinham
acedido ao estatuto de assimilados.
Conforme a versão oficial divulgada
pelos seus líderes, a criação do MPLA aconteceu em torno da década de 50,
especificamente em 10 de dezembro de 1956, sob o comando do poeta Mário de
Andrade, em Luanda, após a unificação do Partido da Luta Unida dos Africanos de
Angola (PLUA) com outros grupos nacionalistas clandestinos, entre eles o
Movimento de Independência Nacional Angolano (MINA) e o Partido Comunista
Angolano (PCA).
A principal base de apoio do MPLA foi a etnia
mbundo (os quimbundos), apesar que contou sempre com apoios noutros grupos
tribais. Reuniu, além disso, elementos da pequena burguesia negra e mestiça e
dos sectores operários.
O crescimento do MPLA foi lento, ainda mais quando, em Março de 1959 e Junho de 1960, ficou praticamente decapitado pela prisão de muitos dos seus escassos quadros no chamado «processo dos 5017. Neste processo foram incriminados 57 nacionalistas, alguns à revelia, dos quais 20 por pertencerem ao MPLA, destacando-se nestes o padre Joaquim Pinto de Andrade e Agostinho Neto.
Nessa altura, a cúpula dirigente
ficou constituída por Mário de Andrade, como presidente, e Viriato da Cruz,
como secretário-geral, os quais, em face da situação, decidiram transferir a
direcção do movimento de Luanda para Conacri.
Politicamente, o partido tentou a aproximação à UPA, por esta ser, então, a força nacionalista hegemónica na altura. Esta estratégia veio, contudo, a falhar inteiramente, em especial porque a UPA se transformou em FNLA no início de 1962, e porque este partido constituiu o GRAE, acções que consolidaram a imagem de Holden Roberto e impuseram a sua política como a única via independentista de Angola.
O MPLA atravessou um período de
contradições. A situação em Leopoldville veio a agravar-se com a chegada de
Agostinho ,o estatuto de assimilado visava criar personalidade jurídica aos
indígenas. O ano de 1956 é uma data problemática, pois o aparecimento do MPLA
em público deu-se em 1960 durante a conferência de Tunes, na Tunísia.
Foi designado “Processo dos 50” a um conjunto de três processos políticos que se iniciaram a 29 de Março de 1959 com as prisões de vários nacionalistas Angolanos, terminando em 24 de Agosto do mesmo ano com a última prisão. Deve-se esse nome ao facto de Joaquim Pinto de Andrade ter enviado para o seu irmão que vivia no exterior, Mário Pinto de Andrade, um folheto denunciando a prisão de 50 nacionalistas.
Neto, em Julho de 1962, que
havia fugido de Portugal. Já nomeado presidente honorário do MPLA, depois da
sua detenção em Junho de 1960, chegou disposto a integrar-se na cúpula do
partido, mas as suas ideias «presidencialistas» acabaram por chocar com a
direcção, o que viria a provocar a demissão de Mário de Andrade.
Em Julho de 1963, a OUA criou uma comissão de reconciliação com a missão de aproximar o FNLA ao MPLA, mas acabaria ela própria por reconhecer o GRAE como a única organização representativa angolana, em face das divisões do MPLA.
Neto e os seus seguidores
culparam, por esta resolução da OUA, o trabalho fraccionário de Viriato da Cruz
e do sector minoritário do movimento, que, aliás, tinha já sido expulso. Mas
como um mal nunca vem só, Agostinho Neto, que tinha encabeçado a direcção com a
promessa de incrementar a luta armada, acabou por não consegui-la, tanto pela
política de obstrução da FNLA, como por acção do Governo de Lisboa.
Holden Roberto não queria competidores em solo bacongo, para além de se apresentar com o exclusivo da luta anticolonial, pelo que era essencial impedir a penetração do MPLA pela fronteira norte. Portugal, por seu lado, conseguiu de alguma forma comprometer o Governo Congolês na neutralização do MPLA, com a ameaça, sempre em jogo, do corte de saída do cobre pelo caminho-de-ferro de Benguela.
Por estas e outras razões, o
MPLA acabou por ser expulso do Congo-Brazzaville, onde, desde Agosto de 1963,
se havia instalado um governo marxista, mais próximo do seu ideário. A partir
daqui, o movimento podia aceder, com facilidade, à fronteira de Cabinda, onde
iniciou a sua actividade militar.
Fundação da UNITA
A União
Nacional para a Independência Total de Angola,
Mais
conhecida por seu acrónimo UNITA,
é um partido angolano, fundado
em 1966, por dissidentes
da FNLA e do GRAE (Governo
de Resistência de Angola no Exílio), de que Jonas
Savimbi, fundador da UNITA, era ministro das relações exteriores.
A
UNITA é o segundo maior partido de Angola, sendo também o maior partido de oposição do
país. Na eleição parlamentar de 2012 o partido ganhou 32 dos 220 assentos
na Assembleia Nacional de Angola. O
partido também é conhecido pelo acrónimo "Galo Negro", em referência
a figura de um galo presente na bandeira do partido.
Durante
a guerra Civil Angolana a UNITA recebeu ajuda militar
principalmente dos Estados
Unidos e da África
do Sul, enquanto que o MPLA recebeu apoio da União Soviética e
seus aliados. Desde o fim da Guerra Civil em 2002 a UNITA abandonou a luta
armada, convertendo-se num partido político.
Jonas
Savimbi e Antonio da Costa Fernandes fundaram a UNITA em 13 de março de
1966, em Muangai, na província do Moxico, Angola
Portuguesa. Outros 200 delegados estavam presentes no evento de fundação do
até então movimento guerrilheiro. A UNITA lançou o seu primeiro ataque contra
as autoridades coloniais portuguesas em 25 de dezembro do mesmo ano.
Após
a sua formação em 1966, a UNITA necessitando de apoios externos, virou-se para
a China, uma vez que os outros grandes países, passíveis de apoiar uma
guerrilha anti-colonial em Angola, já tinham compromissos com a FNLA ou o outro
movimento entretanto fundado, o MPLA.
A
preocupação dominante da UNITA foi, no entanto, a de assegurar-se o apoio dos Ovimbundu, a
maior etnia em Angola, à qual o próprio Savimbi pertencia.
A UNITA vai travar operações de guerrilha no Leste do então território
colonial, sem conseguir chegar ao Planalto Central, "habitat" dos
Ovimbundu, entre os quais desenvolveu, no entanto, um intenso trabalho de
mobilização política.
Unita celebra 50 anos
Foi fundada em Muangai a 13 de
Março de 1966. Combateu o colonialismo, fez acordos com os mesmos colonos,
aliou-se ao ‘apartheid’ da África do Sul e aos EUA, teve os principais
dirigentes assassinados e outros mortos em combate, assinou acordos de paz, mas
voltou à guerra, perdeu o líder carismático em combate, entrou na luta
eleitoral e perdeu três eleições.
Quando celebra os 50 anos de existência,
mantém na liderança o seu terceiro presidente, Isaías Samakuva, e prepara-se
para mais um confronto eleitoral. O NG faz a viagem pelo cinquentenário da
UNITA por datas e pelos principais nomes que marcaram a sua história. 1963 – À
boleia da FNLA.
Jonas Savimbi integra o Governo
Revolucionário Angolano no Exílio (GRAE), criado pela FNLA. É a segunda figura
do movimento, mas tem um objectivo: criar uma organização própria. Usa os meios
e as influências do GRAE para criar condições. Recruta militantes da FNLA e
outros no exílio e prepara a criação da UNITA que viria a acontecer em 1966. 1966
– A Fundação.
Jonas Savimbi, então aos 32 anos,
consegue formar a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) a
13 de Março, em Muangai, no Moxico. Reúne nacionalistas que se encontravam no
exílio na Namíbia, Zâmbia e Congos.
A criação do movimento juntou, no
primeiro congresso durante três dias, dezenas de pessoas. É de Savimbi a
autoria do hino e da criação das FALA, o braço armado da UNITA, e que só viria
a ser desfeita em 2002. Na origem da UNITA, estão 18 militantes. Apenas quatro
estão vivos: Miguel N’Zau Puna, Tony da Costa Fernandes, Ernesto Mulato e
Samuel Chiwale. Estes dois últimos resistem na UNITA. Alguns dos restantes
foram assassinados, outros morreram por doença ou em combate.
1970 – Acordo com o Inimigo
A UNITA assina um acordo com as
tropas coloniais, através dos madeireiros portugueses. As tropas coloniais
comprometem-se a não atacar as zonas controladas pelo movimento de Savimbi. A
UNITA denuncia as actividades do MPLA e da FNLA.
1974 – romper o Acordo Por
coincidência, a UNITA ataca um quartel dos portugueses a 26 de Abril, um dia
depois de Portugal mudar o rumo da história com a queda da ditadura que viria a
abrir as portas à independência de Angola. Só três meses depois, há um acordo
de cessar-fogo.
1975 – Alvor para nada
Em Janeiro, a direcção da
UNITA participa nos Acordos de Alvor, que viria a decidir a data da
independência e a formação de um governo provisório com a participação de
Portugal, UNITA, FNLA e MPLA. José N’Dele assume, pela UNITA, o lugar de
primeiro-ministro rotativo.
1975 – Amigos de fora
Falhados os acordos e com
Angola a ferro e fogo, a UNITA alia-se à África do Sul, governada por uma
maioria branca em que vigora o regime de separação de raças, e recebe um forte
apoio militar dos EUA.
A 23 de Março, a UNITA junta
mais de cinco mil militantes, perto do Huambo, e organiza um congresso que vai
culminar na decisão de realizar a ‘grande marcha’ que termina com a construção
do quartel-general na Jamba.
A UNITA recebe apoio dos EUA e
Jonas Savimbi faz uma operação de ‘charme’ em Washington e é recebido pelo
presidente Ronald Reagan. Os EUA classificam Savimbi como um ‘freedom fighter’
(combatente da liberdade) e incluem-no na lista dos ‘amigos’ que combatiam os
governos comunistas.
1991 – Paz E guerra
Jonas Savimbi e José Eduardo
dos Santos assinam os acordos de Bicesse que pretendem acabar com a guerra,
promover eleições gerais e criar condições para o fi de multipartipardiarismo.
Um ano depois, há eleições, mas a UNITA não aceita os resultados e regressa à
guerra, apesar de sofrer pressões de quase todo o mundo. Nos fiais de 1992, a
UNITA controla militarmente mais de 80 por cento do território nacional,
incluindo cidades como o Huambo e Kuíto.
Depois de controlar o Planalto
Central durante quase dois anos, a seguir a uma vitória que demorou 55 dias a
conquistar, a UNITA tem um dos maiores desastres militares: em apenas uma
semana, um intenso bombardeamento das forças governamentais expulsaram o
movimento.
Os principais dirigentes
refugiaram-se no Andulo e Bailundo. Jonas Savimibi rumou para o Togo e começava
assim o fim da UNITA. Pouco a pouco, vilas e localidades voltaram para o
controlo do Governo. Mesmo assim, na mata, a UNITA, enquanto movimento militar,
ainda iria resistir mais sete anos.
2002 – Morte no Mato
Jonas Savimbi é morto pelas tropas
governamentais, numa zona do Moxico. António Dembo assume a liderança da UNITA
por uns dias e a seguir Lukamba Paulo ‘Gato’ passa a presidente interino.
2003 – A reorganização
Isaías Samakuva é eleito, pela
primeira vez, líder da UNITA e prepara o movimento – depois partido – para os
combates eleitorais. É o primeiro líder da UNITA não bélica.
2008 – nova derrota ElEitoral
A UNITA volta a perder as
primeiras eleições gerais , não conseguindo alcançar os 11 por cento dos votos.
Concorrem 14 partidos políticos. Em 2012, sobe o número de votos e percentagem,
mas longe de chegar ao poder.
Jonas Malheiro Savimbi (Munhango, Bié, 03 de Agosto de 1934 — Lucusse, Moxico, 22 de Fevereiro de 2002) foi um
político e guerrilheiro angolano e líder da UNITA durante
mais de trinta anos.
Durante
a luta pela independência e a guerra civil teve, em diferentes fases, o
apoio dos governos dos Estados Unidos da América, da República
Popular da China, do regime
do Apartheid da África do Sul, de Israel, de vários líderes Africanos (Félix Houphouët-Boigny da Costa do Marfim, Mobutu Sese Seko do Zaire, do
rei Hassan II de Marrocos e Kenneth Kaunda da Zâmbia) e mercenários de Portugal, Israel, África do Sul e França, Savimbi passou grande parte de sua vida a lutar
primeiro contra a ocupação colonial portuguesa e, depois da independência de Angola, contra o governo Angolano que era
apoiado, em termos militares e outros, pela então União Soviética e Cuba.
Savimbi
nasceu a 3 de Agosto de 1934, em Munhango, uma pequena localidade na província
Bié, de pais originários de Chilesso, na província, Bié,
pertencentes ao grupo Bieno da etnia Ovimbundu.
O pai de Savimbi era funcionário do Caminho de
Ferro de Benguela e
também pastor da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA). Jonas Savimbi passou a
sua juventude em Chilesso, onde frequentou o ensino primário e parte do ensino
secundário em escolas da IECA.
Como naquele tempo os diplomas das escolas
protestantes não eram reconhecidos, repetiu a parte secundária no Huambo, numa escola católica mantida pela ordem dos Maristas. A seguir ganhou uma bolsa de estudos providenciada
pela IECA nos Estados Unidos da América para concluir o ensino
secundário e estudar medicina em Portugal.
Em
Lisboa concluiu de facto o ensino secundário, com a excepção da matéria
"Organização Política Nacional", obrigatória durante o Salazarismo, não chegando por isso a iniciar os estudos
universitários. Entretanto tinha tomado contacto com um grupo de estudantes
angolanos que, em Lisboa, propagavam em segredo a descolonização e discutiam a
fundação de uma organização de luta anticolonial. Perante a ameaça de uma
repressão por parte da PIDE, a polícia política do regime,
Jonas Savimbi refugiou-se na Suíça, valendo-se de contactos obtidos por intermédio da
IECA que, inclusive, lhe conseguiu uma segunda bolsa. Como a Suíça reconheceu
os seus estudos secundários como completos, iniciou os estudos em ciências
sociais e políticas, em Lausana e Genebra, obtendo provavelmente um diploma nestas matérias.
Savimbi
aproveitou a sua estadia na Suíça para aperfeiçoar o seu domínio do inglês e do francês, línguas que chegou a falar
fluentemente.
Papel no processo de descolonização
Na
sequência da Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura
de Salazar, Portugal anunciou em abril de 1974 a sua
intenção de abdicar das suas colónias. Em Angola, os três movimentos
anticoloniais iniciaram de imediato entre eles uma luta pela conquista do
poder. Embora a UNITA fosse à partida o movimento mais fraco, Jonas Savimbi
decidiu lançar-se na corrida, confiando na sua base social e nos seus apoios
externos.
Numa fase inicial, as forças da FNLA e
da UNITA, apoiadas principalmente pelo Zaire e
pela África do Sul, obtiveram uma clara vantagem sobre
o MPLA que teve apenas um certo apoio da parte de militares portugueses
"reconvertidos". A situação mudou radicalmente quando Cuba decidiu
intervir militarmente a favor do MPLA, com o suporte logístico da União
Soviética.
Na
data marcada para a independência, a 11 de novembro de 1975, o MPLA
dominava a capital e a parte setentrional de Angola, declarou a independência
em Luanda sendo imediatamente reconhecido a nível
internacional.
Face
a esta constelação, Jonas Savimbi fez uma aliança com a FNLA; juntos, os dois
movimentos declararam, na mesma data, a independência de Angola no Huambo e formaram um governo alternativo com sede nesta
cidade. Porém, as forças conjuntas do MPLA e de Cuba conquistaram rapidamente a
parte maior da metade austral de Angola.
O governo FNLA/UNITA, que não havia sido
reconhecido por nenhum país, dissolveu-se rapidamente. A FNLA retirou-se por
completo do território angolano e desistiu de qualquer oposição armada contra o
MPLA. Em contrapartida, Jonas Savimbi decidiu não abandonar a luta e, a partir
de bases no Leste e Sudeste de Angola, começou de imediato uma guerra de
guerrilha contra do governo do MPLA - desencadeando assim uma guerra civil que só terminaria com a sua
morte.
Conclusão
Depois da nossa pesquisa feito sobre o nosso
trabalho que tem o tema Fundação dos Movimentos FNLA, MPLA, UNITA, chegamos a
uma conclusão que FNLA foi o
único movimento de libertação que nos Acordos de Alvor (em Portugal) decorrido
à 15 de Janeiro de 1975.
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